Seus dias de fundo de grid não acabariam num piscar de olhos, no entanto, a dupla logo percebeu que, se cada um trabalhasse dentro da sua especialidade – Frank administrava o time e Patrick, o carro – a Williams seria vencedora. “Engenheiros tendem a mudar facilmente de uma equipe para a outra, mas Patrick nunca o fez. Não sei se sou um diretor melhor que qualquer outro, mas considero Patrick o melhor diretor técnico, sem dúvida alguma.” O momento ajudou também: foi nessa época que, capitaneadas por Bernie Ecclestone, as equipes começaram a buscar formas de tornar o esporte lucrativo.

Envoltos numa briga interna, os companheiros Jones e Carlos Reutemann não conseguiram defender o título de pilotos em 1981, embora tenham conquistado o de construtores. No ano seguinte, seria a vez do novo recruta da Williams, Keke Rosberg, conseguir, na base da regularidade, ser campeão, num ano em que a Ferrari levou o caneco entre as equipes.
Não se iludindo com um título conquistado mais por tragédias e erros dos demais que pelas próprias qualidades – foi 4ª no mundial de construtores –, Frank Williams foi atrás de um parceiro que seria fundamental nos anos seguintes: os motores Honda. Foram, também, temporadas de grande ascensão comercial: em 1987, os Williams chegaram a estampar 15 logotipos diferentes, de marca de cigarro a roupas infantis.
Mesmo com uma forte visão marqueteira, Frank nunca foi chegado em política. O ex-chefe de equipe, que já definiu a F1 como um esporte por 2h no domingo e um negócio no restante do tempo, sempre fez questão de manter-se independente. “A política consome muito tempo e torna as coisas menos agradáveis. Os finais de semana, contudo, ainda são muito divertidos”, afirmou aquele que é considerado pelos colegas como o mais apaixonado pela modalidade.
Admirador de pilotos brasileiros desde a década de 1970, Frank testou um jovem Ayrton Senna ao final de 1983 mas, sem vagas para oferecer ao piloto, teve que esperar 10 anos para trabalhar com ele. “Encontrei com ele em uma corrida de F-3 e conversamos um pouco. O que impressionava era o fato de ele ser tão determinado a chegar lá. Ele era inteligente, falava um bom inglês, entendia o carro e queria compreender cada vez mais. Isso fez com que eu e Patrick déssemos a ele uma oportunidade de experimentar o carro. Naquela época, meados de 83, hesitamos porque já havíamos assinado com pilotos para 84. Não podíamos testá-lo ou dar uma vaga a ele. No fim, no entanto, sua persistência compensou e ele demonstrou em apenas 22 voltas em Donington, seu primeiro contato com um carro de F1, quem era. Foi uma performance marcante.” Em 1986 e 87, anos de seu 2º bicampeonato de construtores, teve Nelson Piquet como companheiro de Nigel Mansell – considerado pelo chefe o melhor piloto que a Williams teve dentro da pista, assim como também o que mais deu trabalho fora dela –, numa relação ainda mais complicada que a de Reutmann e Jones, e que igualmente levou o time a perder um mundial de pilotos.
Muito bom!
Esperando o próximo capítulo!
Abraço!